terça-feira, 20 de abril de 2010

ESTÃO ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA O 9º FESTIVAL SANTA MARIA VÍDEO E CINEMA

A 9ª edição do Santa Maria Vídeo e Cinema - SMVC, acontece de 30 de agosto a 04 de setembro de 2010, com o tema Entre Fronteiras, para celebrar as parcerias formadas pelo festival.

Em 2010 o Homenageado Nacional será Rosemberg Cariry, cineasta e presidente do CBC - Congresso Brasileiro de Cinema. O Homenageado Local será Jair Alan, jornalista e crítico de cinema.

As inscrições para as Mostras Competitivas estão abertas no período de 18 de abril a 18 de junho (data de postagem) para curtas-metragens realizados em todo o país, com até 25 minutos, finalizados a partir de janeiro de 2009. As categorias de competição são animação, documentário e ficção para a Mostra Competitiva Nacional e Mostra Competitiva de Santa Maria e Região.

No mesmo período estão abertas as inscrições para a Mostra Nacional Competitiva de Videoclipes onde podem participar trabalhos de todo o país, também finalizados a partir de janeiro de 2009.

O regulamento e a ficha de inscrição podem ser obtidos no site: www.smvc.org.br ou pelo telefone (55) 9644 3691

SERVIÇO:

INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O 9º SANTA MARIA VÍDEO E CINEMA - SMVC.

ENTRE 18 DE ABRIL E 18 DE JUNHO DE 2010.

PELO SITE: WWW.SMVC.ORG.BR

Juliane Fossatti
Produção SMVC
Santa Maria Vídeo e Cinema /www.smvc.org.br
55 9644 3691

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Cinema de Bordas no Itaú Cultural: São Paulo, abril

http://www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=2841&cd_materia=1296

Cinema de Bordas no Itaú Cultural: São Paulo, abril

Cinema de Bordas chega à segunda edição
qua 21 a qui 25 abr
Mostra reúne o melhor da produção cinematográfica caseira de todo o Brasil. É imperdível!

Entre os dias 21 e 25 de abril, o Itaú Cultural apresenta a segunda edição do Cinema de Bordas. Nada de grandes orçamentos ou efeitos especiais de tirar o f??lego. A mostra é o espaço das produções cinematográficas independentes realizadas em todo o Brasil. Improvisação reunida em histórias inusitadas, "às bordas" do cinema comercial ou artístico.

Com curadoria de Bernadette Lyra e Gelson Santana, a seleção de filmes do Cinema de Bordas se abastece, sobretudo, dos filmes policiais, de horror, ficção científica, kung fu, histórias em quadrinhos, faroeste, comédia e por aí vai. Seja nas grandes capitais, seja nas pequenas cidades do interior, o importante é fazer cinema. Além dos curadores, a Mostra conta com participação e debates de todo o Grupo de Cinema de Bordas: Alfredo Suppia, Laura Canepa, Lucio Reis, Rogerio Ferraraz, Rosana Soares, Zuleika Bueno

Não deixe de confe rir a programação completa e os trailers de alguns filmes. Compareça e surpreenda-se!

quarta 21 de abril
16h programa 1
18h bate-papo com diretor e curadores
18h30 programa 2

quinta 22 de abril
18h programa 3
20h bate-papo com diretor e curadores
20h30 programa 4

sexta 23 de abril
18h programa 5
20h bate-papo com diretor e curadores
20h30 programa 1

sábado 24 de abril
16h programa 2
18h programa 3

domingo 25 de abril
16h programa 4
18h programa 5



Programa 1

Gato (assista ao trailer do filme)
Joel Caetano, 2009, 23 min, São Paulo (SP)
Muito sangue neste conto de terror e suspense sobre um homem e um gato.

A Bruxa do Cemitério 2 (assista ao trailer do filme)
Semi Salomão, 2009, 83 min, Apucarana (PR)
Dante, o primogênito de uma família do campo, é atormentado e manipulado por uma bruxa que foi morta injustamente. Ela quer que o rapaz atraia pessoas a um vale ? onde serão vítimas de forças sobrenaturais.

Programa 2

Chupa-Cabras
Rodrigo Aragão, 2005, 12 min, Guarapari (ES)
Um homem, vítima de sequestro, se vê perdido em uma floresta e logo descobre que não está sozinho: o Chupa-Cabras está à espreita.

Morgue Story, Sangue, Baiacu e Quadrinhos /strong> (assista ao trailer do filme)
Paulo Biscaia Filho, 2009, 78 min, Curitiba (PR)
Quadrinista de sucesso, mas frustrada em seus relacionamentos, Ana Argento conhece dois homens solitários: Tom, vendedor de seguros de vida que sofre de catalepsia, e Daniel Torres, médico legista, sociopata e estuprador com um método de crime bem peculiar.

Programa 3

Doutor Ekard
Marcos Bertoni, 2002, 18 min, São Paulo (SP)
Uma palestra sobre parapsicologia, hipnose e autoajuda é ministrada com fins duvidosos.

Coronel Cabelinho vs. Grajaú Soldiaz
Pepa Filmes, 2001, 80 min, Rio de Janeiro (RJ)
Filho de diplomata é assassinado pela gangue Grajaú Soldiaz. A imprensa cobra resultados e a polícia está acuada. A solução é trazer de volta o policial mais ?hardcore? da ditadura militar, Cor onel Cabelinho.

Programa 4

Aparências
Liz Marins, 2006, 8 min, São Paulo (SP)
Uma garota bela, loura e preconceituosa passa por sinistras experiências ao voltar da escola à noite.

Entrei em Pânico ao Saber o que Vocês Fizeram na Sexta-Feira 13 do Verão Passado [Recut] (assista ao trailer do filme)
Felipe M. Guerra, 2001-2009, 90 min, Carlos Barbosa (RS)
Sátira e homenagem aos filmes de horror adolescente dos anos 1990, que resgatavam um subgênero muito popular na década de 1980: o slasher movie ? caracterizado pela presença de psicopatas do sexo masculino que matam adolescentes.

Programa 5

O Massacre da Espada Elétrica
Gerson Castilho, Lucio Gaigher, Merielli Campi e Rodolfo Arrivabene, 2008, 15 min, Guarapa ri (ES)
Muhamed Aki Haul é um garoto palestino, gordo e desajeitado que mora no Brasil. Na escola, sofre bullying - é isolado e alvo de piadas e chacotas. O "Pequeno Mamute", no entanto, resolve se vingar das humilhações diárias. Para tanto, conta com a ajuda de "Mestre Coruja", guru em forma de espada elétrica.

O Show Variado
Simião Martiniano, 2008, 40 min, Jaboatão dos Guararapes (PE)
Comédia e artes marciais estão presentes nesta série de esquetes, cujos personagens são, entre outros, um doutor e um delegado maluco.

Cyberdoom (assista ao trailer do filme)
Igor Simões Alonso, 2009, 40 min, São Paulo (SP)
São Paulo, 2054. A água é escassa e há novas doenças. A cidade foi dividia em bairros fechados para controle da população. A gangue Os Coletores busca um antídoto contra os d iversos vírus: a Bioágua, vendida a preços exorbitantes pelo monopólio de empresas.


Itaú Cultural - Sala Itaú Cultural | Avenida Paulista 149 - Paraíso - São Paulo - SP (próximo à estação Brigadeiro do metr??)

informações 11 2168 1777 | atendimento@itaucultural.org.br
entrada franca - ingresso distribuído com meia hora de antecedência

Não recomendado para menores de 14 anos

domingo, 11 de abril de 2010

terça-feira, 6 de abril de 2010

"Uma Vela para Dario", de Dalton Trevisan

"Uma Vela para Dario"

Dalton Trevisan

Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.

Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.

Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca.

Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não o pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças foram despertadas e de pijama acudiram à janela. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.

A velhinha de cabeça grisalha gritou que ele estava morrendo. Um grupo o arrastou para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protestou o motorista: quem pagaria a corrida? Concordaram chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado á parede - não tinha os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.

Alguém informou da farmácia na outra rua. Não carregaram Dario além da esquina; a farmácia no fim do quarteirão e, além do mais, muito pesado. Foi largado na porta de uma peixaria. Enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem que fizesse um gesto para espantá-las.

Ocupado o café próximo pelas pessoas que vieram apreciar o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozavam as delicias da noite. Dario ficou torto como o deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso.

Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do nome, idade; sinal de nascença. O endereço na carteira era de outra cidade.

Registrou-se correria de mais de duzentos curiosos que, a essa hora, ocupavam toda a rua e as calçadas: era a polícia. O carro negro investiu a multidão. Várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes.

O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde identificá-lo — os bolsos vazios. Restava a aliança de ouro na mão esquerda, que ele próprio quando vivo - só podia destacar umedecida com sabonete. Ficou decidido que o caso era com o rabecão.

A última boca repetiu — Ele morreu, ele morreu. A gente começou a se dispersar. Dario levara duas horas para morrer, ninguém acreditou que estivesse no fim. Agora, aos que podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto.

Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario para lhe sustentar a cabeça. Cruzou as suas mãos no peito. Não pôde fechar os olhos nem a boca, onde a espuma tinha desaparecido. Apenas um homem morto e a multidão se espalhou, as mesas do café ficaram vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar os cotovelos.

Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do cadáver. Parecia morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.

Fecharam-se uma a uma as janelas e, três horas depois, lá estava Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó, e o dedo sem a aliança. A vela tinha queimado até a metade e apagou-se às primeiras gotas da chuva, que voltava a cair.


Texto extraído do livro "Vinte Contos Menores", Editora Record – Rio de Janeiro, 1979, pág.20.

Este texto faz parte dos 100 melhores contos brasileiros do século, seleção de Ítalo Moriconi para a Editora Objetiva.

RESPEITE OS DIREITOS AUTORAIS E A PROPRIEDADE INTELECTUAL
Copyright © 1996 PROJETO RELEITURAS. É proibida a venda ou reprodução de qualquer parte do conteúdo deste site.